26 de outubro de 2013

365 dias...

...faz hoje 365 dias que partimos nesta primeira aventura de Loures até Zagora.

Um ano, resumidamente falando, faz um ano que saímos rumo ao Alentejo, Sevilha, sul de Espanha...

Chegámos a Tarifa e embarcamos na viagem de barco mais atribulada de sempre das nossas vidas.

Não vale a pena estar novamente com  descrições da viagem de barco, da chegada à outra margem e até a primeira dormida e o primeiro jantar - sopa no quarto, ou em francês "soupe dans la chambre" :-)

Não vale a pena descrever o primeiro pequeno almoço "dans la rue" em solo marroquino ou a Floresta dos Cedros cheia de macacos manhosos e cães esfomeados.

A chegada a Midelt ao cair da noite, a passagem pelo atlas no dia seguinte e o esquecimento do Xiquinho, que deixou a carteira na Riad Midelt e o ter que voltar 80 km para trás...só com a Mónica!

Não vale a pena descrever a chegada ao primeiro oásis, onde almoçámos uma bela refeição de enlatados ou o primeiro vislumbre das dunas em Merzouga.

Não vale a pena também conta-vos da passagem pelo maior rio seco de todo o percurso ou pela passagem da famosa areia "fés fés" antes da chegada a Zagora - o ponto mais a sul onde esta expedição iria.

Depois, também não vale a pena contar como foi o regresso a casa, passando por Ouarzazate, Marraqueche, Rabat, Tânger de novo e o barco que nos trouxe de volta a solo europeu... Tudo pormenores, que não vale a pena descrever...

Chegamos finalmente a Loures...
Depois de 8 dias de aventuras e histórias únicas, estávamos de volta a casa.

Lembro-me daqueles dias de pós viagem (estive de férias), pois não houve um só em que não pensasse em tudo de novo, como se lá continuasse ainda naquele pedacinho de solo no norte de África.

E, pensando bem, poucos são os dias que passam em que não me lembre de algum episódio desta viagem, algum pormenor que me foi escapando, mas que ao ler os meus apontamentos de viagem me recordo de novo.

Foi de facto uma experiência única na minha vida, sei que quando lá voltar a sensação não será a mesma, pois já não vou para um local totalmente desconhecido, já parte do que vamos viver, vivi nesta viagem...
Por isto e muito mais que não dá para contar, só vivendo, esta viagem foi, até hoje, a viagem da minha vida!

Pensando até friamente, dificilmente terei outra viagem que me marque como esta...

Aproveito para agradecer a todos os que me acompanharam, os seis magníficos!! Fomos todos espectaculares nestes dias de viagem, são todos pessoas excelentes, bons amigos, companheiros no verdadeiro sentido da palavra.
Sem vocês, não seria a mesma coisa!!

Obrigada por cada momento que desfrutámos nesta aventura, espero em breve poder partilhar convosco mais uma ida até lá abaixo!!!

aTTé breve...

Deixo a imagem que para mim resume de certa forma o que foi esta viagem:


7 de outubro de 2013

Gargantas de Todra

Parece que na próxima expedição iremos passar por aqui...



As Gargantas do Todgha (em árabeتدرة جورج; em francêsGorges du Todgha ou Todra) é um desfiladeiro na parte oriental da cordilheira do Alta Atlas, situado a noroeste da cidade de Tinghir (Tinerhir). À semelhança do vizinho Oued Dadès, o Todgha escavou um desfiladeiro muito profundo e estreito, ladeado de escarpas muito íngremes que chegam a ter 200 metros de altura nos últimos 40 km do percurso através das montanhas. Os últimos 600 metros constituem o trecho mais espetacular. Aí, o cânion fica ainda mais estreito, não ultrapassando os 10 m de largura em alguns lugares, e é ladeado por paredes praticamente verticais de rocha macia que atingem os 160 m de altura. A pequena corrente de glaciar parece algo deslocada no vale, o qual deve ter sido percorrido no passado longíquo por um rio com muito maior caudal.nt 2
Outrora um local remoto e de difícil acesso, atualmente o desfiladeiro é servido por uma estrada de betão que sobe o vale desde a zona dos hotéis na entrada das gargantas, onde termina a estrada asfaltada que dá acesso a Tinghir, servindo as aldeias de Aït Hani, Tamtatouchte e Imilchil. O desfiladeiro é popular entre os praticantes de caminhada e de escalada. Nas paredes de rocha robusta e com muitas irregularidades existem mais de 150 rotas de escalada com grampos classificadas com de grau de dificuldade entre 5+ e 8 pelo sistema francês.nt 2

in Wikipedia on-line

3 de outubro de 2013

Sonhando...sonhava...

...sonhei com Marrocos!

Parecia que estava lá. Na estrada que liga Tanger a Chefchaouen. A Cidade Azul.
Sempre a chover.
Os 3 jipes, caminhavam em fila indiana, rumo ao sul.
Ninguém falava dentro dos carros.

À nossa volta, nas ruas, gente conversava na berma de qualquer estrada.
Gente não. Homens. Só os homens conversavam. À chuva. Ao frio.

A meio do percurso havia neve. Imensa neve. Usámos correntes. Era mais seguro.

Não sei porquê, mas havia um casal nosso amigo que foi connosco.
Mas imaginem: foi de carro, não de jipe.
Não sei quem são.
Não lhes vi os rostos. Não lhes vi a marca do carro. Apenas a imagem de um ligeiro a seguir-nos e a conversar connosco onde quer que parássemos.
Mas estavam sempre de costas para o meu sonho.

Antes de Chefchaouen já nos tinham deixado de seguir.
"Quem seriam?", pergunto-me hoje ao longo do dia!

Mas nós continuámos até ao hotel da montanha, onde avistámos a cidade, toda pintalgada de azul e branco.
Pitoresca. É isso. É muito pitoresca esta cidade.

Adormeci de cansaço numa cama de palha. Mas era tão fofinha. Tão aconchegante...

Esta manhã. Foi hoje.
Quando tocou o despertador, acordei desta viagem.

Era assim a imagem que tinha deste local...