“O dia 31 de Outubro de 2014 foi um dia longo.
Há mais de uma semana
que não dormia muito bem. Acordava de noite, tinha sonhos estranhos e parecia
que vivia em constante sobressalto. Chamemos-lhe ansiedade.
Como habitualmente
acordei às 08h00 para ir trabalhar. Tive um dia normal de trabalho, muito
trabalho, era uma sexta feira como outra qualquer (mas como iria estar duas
semanas e meia fora, tinha que deixar todo o meu trabalho organizado). A única
diferença nesta 6ª feira é que ás 22 horas desse mesmo dia seguiríamos rumo a
Tarifa, de forma a apanharmos o primeiro barco da manhã do dia seguinte.
Era noite de Halloween.
Por volta da meia noite, uma da manhã
parámos junto à fronteira com Espanha para a primeira ceia da noite. Lembro-me
que não tinha sono nenhum. A noite fez-se bem, aos primeiros raios de sol da
manhã, quando o dia começa a nascer já em terras espanholas, o cansaço começa a
sentir-se um pouco. Estava acordada há já 24 horas…
Chegámos a Tarifa e
tivemos sorte: partimos de imediato, no barco das 10h30 / 11h00, por aí.
A
viagem também não foi complicada, não apanhámos agitação marítima como há dois
anos atrás. Num instante já estávamos em Tânger, a passar pela alfândega
marroquina que só visto, contado ninguém nunca vai entender.
Seguimos viagem. A
primeira paragem deste ano seria em Larache. Cidade muito gira, à beira-mar,
cheia de ruelas e muita atividade diária (feiras, mercados, lojas, restaurantes,
cafés) e muita atividade noturna – naquela rotunda, que víamos da nossa varanda
do quarto de hotel, onde jantámos nessa noite, era impressionante o movimento
da população! Bancas de comida, calçado ou marroquinarias espalhadas por toda a
praça central e ainda as habilidades de condução dos marroquinos, abrilhantaram
o nosso final de dia / noite.
Era tempo de descansar,
porque a partir do dia seguinte é que a verdadeira aventura ia começar!”
A partir daqui, já todos conhecem a história ou parte dela.
Cada um viveu os dias à sua maneira. Ainda hoje, passados já
dois anos de lá termos ido não vi ainda todas as fotografias dos locais por
onde passámos. Há viagens que após serem vividas são para serem “gozadas”
lentamente, pensar na experiência, nas pessoas que foram connosco, nas
aventuras, nos risos, em tudo o que fomos vendo e nas pessoas, essencialmente
as crianças que se cruzaram connosco.
Nunca vim igual de nenhuma destas experiências por Marrocos.
E espero conseguir lá voltar em 2020, conforme apalavrado.
O Deserto.
A Cidade.
Tudo vale a pena relembrar. Mas há
coisas que nunca irão ser passadas para o papel…
Boas viagens, boas aventuras e nunca deixem de sonhar!
Obrigada a todos vocês que me acompanharam nesta aventura,
quer na primeira quer na segunda vez que lá fui. Não podia ter melhor
companhia!
E um obrigada especial a ti Daniel, por me ajudares a
concretizar sonhos!
É disto que as relações também são feitas, não só de afectos
ou carinho ou amor, mas de cumplicidades, amizade, companheirismo. És o
companheiro perfeito!
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